No Brasil, é estimado que 8,9% da população tenha algum grau de DRC e, aproximadamente, 21 mil brasileiros precisam iniciar tratamento de hemodiálise ou diálise peritoneal por ano. Além disso, estima-se que, por ano, cerca de 50 mil pessoas morram precocemente, devido a alguma doença renal, antes de ter acesso à diálise ou ao transplante
Os rins são órgãos vitais para o organismo, sendo responsáveis por limpar as impurezas e toxinas do corpo, regulam o equilíbrio de alguns minerais e da água do nosso organismo, ajudando no controle da pressão arterial e, além disso, são importantes na produção de células vermelhas no sangue e na formação dos ossos. Os rins recebem cerca de um quarto do sangue bombeado pelo coração, filtrando, em média, o sangue de uma pessoa cerca de 12 vezes por hora. Quando os rins falham no seu funcionamento, as complicações são inúmeras e podem levar à morte.
Segundo estimativas, a doença renal crônica (DRC) afeta mais de 850 milhões de pessoas em todo o mundo. Atualmente, a doença renal é classificada como a 8ª principal causa de morte. No Brasil, é estimado que 8,9% da população tenha algum grau de DRC e, aproximadamente, 21 mil brasileiros precisam iniciar tratamento por hemodiálise ou diálise peritoneal por ano. Além disso, estima-se que, por ano, cerca de 50 mil pessoas morram precocemente, devido a alguma doença renal, antes de ter acesso à diálise ou ao transplante.
A médica nefrologista, Suellen Dias Rodrigues, membro da Associação Brusquense de Medicina (ABM), alerta para as doenças que podem afetar os rins, sendo elas crônicas ou agudas. Na Injúria Renal Aguda, ocorre a perda súbida do funcionamento dos rins, por consequência de infecções graves, desidratação, grandes queimados, excesso do uso de certas medicações, e também por algumas doenças das próprias células dos rins.
A doença renal crônica está associada a duas doenças de alta incidência na população brasileira: hipertensão arterial e diabetes. Também existem outras causas como, nefrite (inflamação dos rins), cistos hereditários, infecções urinárias frequentes que danificam o trato urinário e doenças congênitas. Na doença renal crônica ocorre uma progressão lenta da doença e o organismo se adapta as alterações até que haja um comprometimento maior, com perda de até 90% de sua função, causando fadiga; diminuição do apetite; enjoos e vômitos,anemia, presença de sangue e espuma na urina, redução do volume urinário; inchaço nos olhos, tornozelos e pés; dor lombar e alteração na pressão arterial.
“Não existe cura para a doença renal crônica, embora o tratamento precoce possa retardar ou interromper a progressão da doença e impedir o desenvolvimento de outras condições graves. A insuficiência renal pode ser tratada com medicamentos e controle da dieta. Nos casos mais extremos pode ser necessária a realização de diálise ou transplante renal, como terapêutica definitiva de substituição da função renal”, explica a médica.
PREVENÇÃO
A médica nefrologista, alerta que o primeiro passo para evitar a doença é prevenir o desenvolvimento da hipertensão arterial e controlar o diabetes, doenças que mais levam à insuficiência renal, ou para os que já possuem, seguir rigorosamente o tratamento.
Além disso, é fundamental controlar os níveis de pressão arterial; realizar avaliação médica anual, principalmente, após os quarenta anos; seguir uma dieta equilibrada, com baixa ingestão de sal e de açúcar; controlar o peso; exercitar-se regularmente; não fumar; evitar uso de bebidas alcoólicas; monitorar os níveis de colesterol; evitar o uso de medicamentos sem orientação médica e conhecer o histórico de doenças na família.
DOAÇÃO DE RINS
A médica Suellen Dias Rodrigues esclarece que, para ser um doador de órgãos em vida é necessário ter boas condições de saúde, ter entre 18 e 65 anos de idade, estar em condições de doar o órgão ou tecido sem comprometer a sua própria saúde. Quem pode receber o órgão doado, são parentes consanguíneos até o quarto grau ou cônjuge. Pessoas que não são parentes de sangue também podem doar, desde que haja compatibilidade e autorização judicial.
Para ser um doador de órgãos após a morte, é fundamental que seus familiares estejam cientes, pois serão eles que autorizarão a retirada dos órgãos. Lembrando que, um único doador falecido pode salvar mais de 8 vidas, podendo doar o coração, pulmão, fígado, rins, pâncreas, córneas, intestino, pele, ossos e válvulas cardíacas.
A única forma de ser um doador pós-morte é discutir o assunto, em vida, com os seus familiares, o que permitirá também a todos que participarem dessa conversa, revelarem-se doadores ou não de órgãos. Essa simples conversa, permitirá aos familiares tomar uma decisão rápida e consciente, caso a situação se apresente.