Santa Catarina celebra indicação geográfica dos vinhos de altitude. Um brinde aos Vinhos de Altitude de Santa Catarina. A Serra Catarinense celebra a conquista da concessão da Indicação Geográfica de Procedência (IP). A partir de 2022, os produtores dos vinhos de altitude poderão solicitar o selo.
Pesquisas desenvolvidas por diferentes instituições comprovaram o potencial das regiões de altitude de Santa Catarina para a produção de vinhos finos, agora comprovados pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O anúncio oficial da concessão selo ocorreu no dia 29 de junho.
O registro da IG é dado aos produtos que apresentam uma qualidade única e características do seu local de origem. É o caso, por exemplo do “Vinho do Porto”, de Portugal e da “Champagne”, da região de Champagne, na França. E agora, os vinhos brasileiros produzidos na região mais fria do Brasil e premiados internacionalmente.
O reconhecimento
O processo de busca pelo selo de Indicação Geográfica iniciou há cerca de oito anos, pelo Sebrae/SC, e, há dois anos foi requerida oficialmente pela Associação Vinhos de Altitude Produtores & Associados em parceria com o Sebrae/SC, Epagri, Embrapa, Secretaria de Agricultura do Estado (SAR), Amures, Ufsc, e Prefeitura de São Joaquim.
A conquista da Indicação Geográfica destaca a história de mais de três décadas de dedicação ao cultivo de uvas e produção da bebida, e a já reconhecida e premiada qualidade dos Vinhos de Altitude. O registro valoriza o produto, o território e os vitivinicultores. Permite a conquista de novos mercados, e garante ao consumidor, a procedência do vinho que está consumindo. Além de dar maior visibilidade à bebida, o selo ajuda a impulsionar toda uma cadeia que busca por especialização e diferenciação, protegendo características únicas de solo, altitude, clima, variedades de uvas e por técnicas de cultivo.
Recebem o selo, os vinhos finos, vinhos nobres, vinhos licorosos, espumante natural e vinho moscatel, e o brandy de Santa Catarina. Vinhos com intensa coloração, definição aromática e equilíbrio gustativo, características reconhecidas pelo mercado consumidor.
Atualmente, o estado produz mais de 1 milhão de garrafas/ano, em cerca de 300 hectares de vinhedos cultivados a pelo menos 900 metros acima do nível do mar. O Vale do Contestado e a Serra são as duas grandes regiões produtoras. São 22 vinícolas associadas, e mais de 80 viticultores, que produzem os vinhos de uvas viníferas, que fazem parte do território delimitado.
O selo do INPI reconhece os Vinhos de Altitude produzidos em área delimitada, que engloba municípios como Rancho Queimado, Anitápolis, Alfredo Wagner, Bom Retiro, Urubici, Bom Jardim da Serra, São Joaquim, Urupema, Painel, Lages, Capão Alto, Campo Belo do Sul, São José do Cerrito, Vargem, Brunópolis, Campos Novos, Curitibanos, Frei Rogério, Monte Carlo, Tangará, Fraiburgo, Pinheiro Preto, Videira, Rio das Antas, Iomerê, Arroio Trinta, Santo Veloso, Treze Tílias, Macieira, Caçador, Vargem Bonita e Água Doce.
Entre as regras para o uso do selo estão a produtividade máxima de 7.000 litros de vinho por hectare, elaboração do produto dentro da demarcação, indicação de safra contendo no mínimo 85% de vinho do ano mencionado e aprovação do produto em avaliação sensorial às cegas.
O presidente da Associação Vinhos de Altitude Produtores & Associados, Humberto Conti, destaca que a conquista do IG é fruto de um trabalho realizado em conjunto com vários parceiros e coordenado pelo Sebrae/SC. “O selo é o reconhecimento nacional e internacional de que produzimos um produto com características únicas. É uma grande conquista para nós produtores, mas especialmente para Santa Catarina, que mostra o valor do que é produzido no estado”.
“Pensando em valorizar a gastronomia e a agricultura familiar catarinense, o Sebrae/SC, com outros parceiros, desenvolve ações que buscam valorizar produtos e serviços típicos e tradicionais das diferentes regiões do estado. Essa é a quarta Indicação Geográfica registrada em Santa Catarina, e conquistas como essa nos deixam muito orgulhosos, provando o valor que esse reconhecimento nacional e internacional tem para o desenvolvimento da economia local e para a sustentabilidade dos pequenos negócios. Com essa certificação, o produto deve ganhar ainda mais valor de mercado, promovendo a cadeia produtiva da região e estimulando o turismo e o desenvolvimento territorial”, afirma o diretor técnico no Sebrae/SC, Luc Pinheiro.
Texto: Catarinas comunicação
Imagens: Divulgação das vinícolas