Campeonato de fisiculturismo reuniu centenas de atletas em Camboriú. No dia 25 de setembro, em Camboriú, litoral norte de Santa Catarina, as competições de fisiculturismo no Brasil tiveram uma nova e importante página escrita. Na segunda edição do Sardinha Classic, organizado pela SC Fitness, 880 competidores de nada menos que 70 categorias subiram no palco do evento que foi erguido com ares de superprodução, e absolutamente todos foram vencedores. Isso parece impossível numa competição, mas não é.
“É grande a sensação de vitória pelo fato de tantos atletas estarem reunidos num evento que é pensado, planejado e executado para eles, e isso acabou sendo uma conquista para todos os envolvidos no fisiculturismo do Brasil, seja os que estiveram aqui e presenciaram este espetáculo em Santa Catarina, ou os mais de 1 milhão de espectadores que assistiram o evento nas redes sociais, e que agora tem mais esta porta aberta para sonhar e se projetar no esporte”, diz Fernando Sardinha, que é considerado o pai do esporte no Brasil tendo desenvolvido o método de musculação Ponto Zero, aplicado até hoje pelos atletas de ponta e que, por isso, foi homenageado com o nome do campeonato.
Esta foi a segunda edição Sardinha Classic, campeonato amador organizado pela SC Fitness que faz parte da movimentada agenda de campeonatos da Liga de Santa Catarina. Em 2019 a competição foi criada do zero inspirada nas noites de Las Vegas e nas melhores academias do Mundo, só que tudo junto.
“Transformamos o campeonato num show, cuidamos de tratar os atletas como estrelas, e o público se encanta com as performances de luz e som nas entradas de cada competidor, – que escolhe sua própria trilha,- e faz daquele o seu grande momento”, resume Emerson Alberton, diretor da SC Fitness e entusiasta da modalidade que há tempo busca referências em outras competições nacionais e internacionais para a concepção do Sardinha Classic, que não aconteceu em 2020 por conta da pandemia.
No retorno da competição, que aconteceu no Maria´s Shows e Eventos, todas as grandes celebridades do esporte estiveram presentes. Renato Cariani, Marcelo Horse, Julio Balestrin, Eduardo Correa, Gorila, Vitor Capial, Rafael Brandão, entre outros, fizeram parte da extensa programação que contou com palestras e até o lançamento do videoclipe de Vivi Winkler, a maior musa fitness do mundo.
Ainda foram vários os homenageados durante o evento, como Renato Cariani, o maior influencer de fitness masculino do Brasil, e também foi lançado o Sardinha Classic 2022, que promete ser maior e mais inovador do que este, que ofereceu aos atletas academia completa, área gastronômica, espaço de convivência para assistir às apresentações dos competidores ao vivo do camarim e até um espaço kids para as famílias.
Inclusão na nova era do fisiculturismo
Em paralelo às performances dos maiores nomes nacionais e internacionais do fisiculturismo que se apresentaram nas principais categorias do Sardinha Classic 2021, um universo de atletas anônimos forma a base deste novo momentos das competições do esporte no Brasil onde a inclusão é regra.
A categoria de Atletas Especiais reuniu exemplos de superação e contou com quatro competidores que emocionaram o público, demais competidores e os organizadores do evento. Micaias Mochi, Vinicius Alves, Ezequiel de Souza e Laura Broppe subiram ao palco sem se limitar pela deficiência cerebral, física, ou visual, que é o caso de Laura, a campeã da categoria que, aos 50 anos, é cega há duas décadas.
O business do corpo definido e a falta de incentivo
A exemplo de outros esportes de alto rendimento, o fisiculturismo também é um business e seus atletas custam caro. Para que um competidor, mesmo na categoria amadora, possa estar apto e competitivo os seus custos podem chegar a R$ 20 mil por preparação por torneio. Entre alimentação balanceada, profissionais multidisciplinares e tempo a ser dedicado, é alto o investimento e, por isso, torneios como o Sardinha Classic acabam sendo boas vitrines para que atletas sejam notados por treinadores e cheguem aos patrocínios.
É o caso da atleta Elaine Lacerda, que devido sua obesidade estava num quadro de depressão e, de acordo com as palavras dela, “foi salva pela musculação”. Porém, para se manter exclusivamente do esporte ela enfrenta desafios e hoje presta consultoria de poses para bancar suas preparações e participações nos campeonatos com o sonho de chegar ao nível profissional. “Eu dou o passo e Deus coloca o chão”, diz ela para exemplificar a sua motivação e fé no esporte.
Competidor há mais de 20 anos, o hoje treinador de ponta Julio Balestrin ressalta os desafios dos aspirantes na carreira de treinadores e personal trainners. Segundo Júlio, “os maiores desafios são relacionados à experiência, pois “somente com muito tempo de laboratório é que os treinadores conseguem fazer com que seus atletas tenham bons desempenhos e só com atletas vencedores é que os treinadores conseguem alavancar suas carreiras”, diz ele.
Para os treinadores que estão pensando em investir na carreira, existem alguns cursos de pós-graduação voltados ao fisiculturismo de alto desempenho e eles podem se animar com o nicho, Um treinador com títulos amadores consegue ter uma renda de cerca de 20 mil reais mês, trabalhando on-line ou de forma presencial.
Algumas marcas já abraçaram a causa do fisiculturismo no Brasil, esporte que há três anos contava com apenas três atletas profissionais, e hoje já são mais de 100, sendo que todos precisam passar por torneios amadores como o Sardinha Classic para alcançar os indices e torneior profissionalizantes. IntegralMedica, Max Titanium, New Millen, Oficial Farma, Detox, Belezharia, Base Studio Fitness, Mapfit e E-energy foram os patrocinadores do Sardinha Classic e contribuíram para que o evento fizesse história no universo nacional do fisiculturismo.
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