As linhas curvas do arquiteto Oscar Niemeyer e as formas fluidas do paisagista e artista plástico Roberto Burle Marx se encontram no Estar Origens, projeto que o Studio Guilherme Garcia apresenta nesta edição da CASACOR/SANTA CATARINA, em Florianópolis. O evento está em cartaz no antigo Hotel Maria do Mar e segue até 29 de outubro.
Em 160m², o maior ambiente interno da mostra, o arquiteto mergulhou na brasilidade dos dois ícones da arquitetura e do paisagismo nacional para projetar um estar que envolvesse algumas das obras mais famosas e referenciadas dos artistas.
“Quando falo em origens, resgato também a minha história e a minha terra natal, Criciúma, onde prospera a indústria têxtil e carbonífera. O projeto segue o conceito do concreto curvilíneo, o mix de texturas e a homenagem ao design nacional”, afirma Guilherme.
O projeto luminotécnico é assinado pelo lighting designer Waldir Junior, que criou o gráfico do hall de entrada, dando às boas-vindas aos visitantes. As formas femininas do Pavilhão Cicillo Matarazzo, também conhecido como Pavilhão da Bienal, em São Paulo, inspiram as linhas das paredes em formato orgânico.
Os brises angulados que fazem parte do Palácio da Justiça, em Brasília, iluminam a parede lateral. A estante cilíndrica de marcenaria de pau ferro é inspirada no Hotel Nacional, no Rio de Janeiro, e acomoda mais de cinco mil pergaminhos, além de objetos decorativos. Três obras clássicas de Niemeyer que se destacam no ambiente.
Perto das grandes janelas laterais, que têm vista para o mar, acomodam-se uma pequena sala de estar, com sofá, da Studio Ambientes; mesa Morfa, de Arthur Casas; e poltrona Cuca, de Zanini Caldas, iluminadas pela arandela Bailarina, de Waldir Junior. Com oito metros de comprimento, uma grande mesa curvilínea de pau ferro foi desenhada pelo escritório e inspirada nos jardins de Burle Max.
A mesa ocupa a área central do salão, delimitando o espaço do bar e jantar, com cadeiras na cor azul bic, de Giácomo Tomazzi. Aliás, Estar Origens reforça o conceito de uma arquitetura atemporal e bruta, com o uso de pedras e tecidos naturais, pau ferro nos móveis e tons que passeiam do cinza ao preto, mas com um ponto de cor em comum, o azul, que aparece também na obra de arte do home office. No ambiente, estão presentes instalações cerâmicas da artista Mitushi.
“O Brasil é feito de mistura, de bossa, do contemporâneo ao vanguardista, que apresento aqui. A escolha do mobiliário solto proposto pelos designers da nova geração, como Jader Almeida, Giácomo Tomazzi, Lucas Rechia, Roberta Baqueri, Marcelo Ligieri, Arthur Casas, contrapõem a gigantes, como Sérgio Rodrigues, Bernardo Figueiredo e Zanine Caldas”, explica Guilherme.