ARVO Festival entrega impacto real com foco em sustentabilidade e inclusão social

Em sua 9ª edição, o ARVO Festival reafirmou que cultura e música podem ser ferramentas de transformação. Com ações de impacto ambiental e social, o evento se consolidou como uma plataforma de experiências e mudanças reais no território e nas comunidades envolvidas. Para André Costa Nero, fundador e diretor de sustentabilidade do festival, esse é um princípio que acompanha o ARVO desde sua origem: “a cultura é o nosso ponto de partida, mas ela precisa andar junto com responsabilidade, afeto e diversidade real. É isso que dá sentido ao que fazemos.”

Paula Scherer, coordenadora de sustentabilidade do ARVO, explica que a proposta desta edição foi ampliar a comunicação das ações ESG (ambiental, social e de governança), integrando a sustentabilidade à toda a produção do festival.

Sara Borém, engenheira responsável pela gestão de resíduos do ARVO Festival, e Luciana Nascimento da cooperativa Renascer 4R. Foto: Pedro Malamam.

“Todo grande evento por si só já poderia ser considerado um desastre ambiental. Seja pelo volume de pessoas, resíduos, movimentos ou até impacto sonoro. Sabendo disso, a gente trabalha do planejamento à entrega para que as ações de ESG se somem positivamente ao ecossistema do evento de forma exponencial”, afirma.

Na frente ambiental, o destaque foi a gestão de resíduos: 96% foram desviados de aterros e corretamente destinados à reciclagem e compostagem. A operação foi liderada pela cooperativa Renascer 4R no Hub de Sustentabilidade do ARVO, estande voltado para o público ver ao vivo o trabalho feito pelos recicladores. Com apoio da cerveja Sol, o festival triturou e destinou todas as garrafas long neck de volta à indústria vidreira. Mais de oito toneladas de recicláveis foram processadas, além de 400 quilos de resíduos orgânicos transformados em adubo. Além do pagamento recebido pelo serviço de triagem, a cooperativa também pode realizar a venda dos resíduos sólidos, gerando renda direta para os trabalhadores e reforçando o impacto social da ação. “A sustentabilidade aqui vai além de metas, ela é construída com o coletivo, em tempo real”, resume Sara Borém, engenheira responsável pela gestão de resíduos.

Um dos resultados simbólicos foi a coleta de 3,7 kg de bitucas de cigarro (16.817 unidades), evitando a contaminação de 850 mil litros de água — ação reforçada pela campanha Bituca é Lixo. Também foram oferecidos 30 mil litros de água potável gratuita, evitando o uso de 60 mil garrafas plásticas.

Materiais da cenografia serão reaproveitados por meio de upcycling em dois eventos da Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc): o Floripa Eco Fashion e o Festival Internacional de Arte. Parte dos itens retornará ao ARVO em 2026, em uma conexão simbólica entre as edições.

Na alimentação, todos os utensílios eram biodegradáveis e 70% do cardápio era vegetariano ou vegano. Os banheiros usavam sabões naturais, veganos e produzidos localmente. A compensação de carbono será feita em áreas agroecológicas, garantindo que o legado do evento continue no solo e nas escolhas cotidianas.

O Hub de Sustentabilidade do ARVO também se destacou com uma área dedicada à educação ambiental e a apresentação de iniciativas como assinaturas para causas como justiça climática, reflorestamento e proteção das águas.

“O espaço cumpriu, sem dúvida, um papel essencial na construção da identidade do ARVO 2025. Deixamos sementes vivas que já começam a brotar, e temos confiança de que, com mais tempo, mãos e escuta, este espaço se tornará cada vez mais fértil para acolher e impulsionar transformações reais”,  celebra Elenita Salles, coordenadora do hub.”

Evento desvia 96% dos resíduos de aterros sanitários e garante acesso a 600 pessoas por dia em situação de vulnerabilidade, reforçando compromisso com práticas ESG. Foto: Pedro Malamam

Núcleo de Inclusão Social amplia acesso e pertencimento

O impacto social também foi uma marca registrada do ARVO 2025. Por meio do Núcleo de Inclusão Social (NIS), que distribuiu 1.200 ingressos para pessoas em situação de vulnerabilidade. Dessas, 310 foram destinadas a coletivos liderados por pessoas pretas, indígenas e quilombolas; outras 290 a pessoas trans e indivíduos vulneráveis via inscrição online. Participaram coletivos como CUFA, Africatarina, Slam Trajano, Quilombolas e Movimento Negro Unificado.

“O NIS não quer só garantir acesso, mas pertencimento. Que essas pessoas se reconheçam e se sintam parte do festival”, diz Jessica Cardoso, coordenadora do núcleo.

Além de tudo já mencionado, foram arrecadadas mais de sete toneladas de alimentos por meio do Ingresso Social, doadas ao projeto Além dos Olhos, que distribui cestas básicas e marmitas para pessoas em situação de rua em Florianópolis.

Sobre o ARVO

O ARVO Festival 2025 apresentou um line-up de tirar o fôlego, reunindo grandes nomes da música popular brasileira como Liniker, Zeca Pagodinho, Mano Brown e Alcione, intercalados com potências da nova geração como Os Garotin, BK’ e Marina Sena. Criado em 2018, o ARVO mantém seu compromisso com a arte, o entretenimento e a sustentabilidade no Sul do Brasil. Inspirado nos grandes festivais globais, o evento já cresceu 12 vezes desde sua primeira edição e se consolidou como um dos mais importantes festivais independentes do país, destacando-se pela valorização da cultura, inclusão e impacto ambiental positivo. No próximo ano será realizada a 10ª edição e as novidades já estão a caminho. Para acompanhar tudo de perto, siga o perfil oficial no Instagram: @arvofestival.

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