Especialistas alertam para a necessidade de redobrar os cuidados nas e ficar atento para os sintomas da doença, procurando um médico imediatamente
A temperatura mais quente e os dias chuvosos são um atrativo para o desenvolvimento do mosquito que causa a dengue, o Aedes aegypti. Para se ter uma ideia, este ano o Estado já registrou 366.272 casos prováveis de dengue e 336 mortes associadas ao vírus. Foram confirmados 48.814 focos do mosquito em 254 municípios, sendo que 172 deles são considerados infestados, conforme dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE). A estimativa é de uma antecipação de casos agora em novembro e dezembro, com o pico da doença em janeiro e fevereiro.
“Como a gente teve um número bastante grande no ano passado, esses ovinhos dos mosquitos acabam sendo inviáveis por um ano e eles estão eclodindo por agora. Imaginamos que o número de dengue possa ser tão grande ou até maior em relação ao ano passado”, destaca o médico infectologista, Ricardo Freitas, membro da Associação Brusquense de Medicina- ABM.
Freitas, que atua em vários municípios da região, lembra ainda que, durante os últimos anos, as autoridades buscaram conhecimento em outros Estados do país para entender a complexidade de uma pandemia de dengue. “Os municípios aqui da região, que já passaram por uma condição ruim de dengue no passado, têm um plano de contingência para atendimento pré-hospitalar de pessoas que necessitarem de hidratação ou de algum outro atendimento antes de ir até o hospital. Então, a população pode ter esse entendimento de que os municípios já estão preparados com o plano de contingência, inclusive com o pessoal treinado para o atendimento pré-hospitalar. O que for necessário”, frisa.
O médico explica que, “apesar de ter algumas evoluções ruins e alguns casos de óbitos causados por dengue, ela não costuma deixar sequelas, a menos que aconteça alguma situação mais grave em relação a fígado ou rim. Normalmente, o desfecho seria um quadro clínico bom, infelizmente, tivemos alguns casos de óbito entre aquelas pessoas que não respondem bem à doença”.
ATENÇAO AOS SINTOMAS
Os sintomas da dengue são bastante comuns, iniciando com febre, dor no corpo e logo evolui para outros sinais frequentes. Segundo o infectologista, “se começar a apresentar alguma destas características, é fundamental procurar uma unidade de saúde, porque ainda não há tratamento específico para dengue. A melhor forma de tratar, vamos dizer assim, seria hidratação. Essa hidratação poderia ser por via oral ou endovenosa, mas a definição desse tipo de tratamento é feita após o atendimento na unidade de saúde pela equipe responsável”.
A prevenção também inclui uma vacina contra a dengue mas, por enquanto, o medicamento é autorizado para adolescentes de dez a 14 anos de idade, considerados o público alvo preferencial para casos mais graves de dengue, conforme o Ministério da Saúde. “É claro que o número de pessoas vacinas é bastante pequeno em relação a demanda necessária, mas pelo menos é um alento para reduzir a hospitalização, pois essa faixa etária é a principal que precisa de atendimento hospitalar. Para as outras idades não têm disponível dose de vacina ainda no Brasil, até porque sabemos que muitas delas estão em falta. Além disso, quando o esquema vacinal é autorizado, são duas doses com intervalo de três meses entre elas, ou seja, já deveria ter sido feito antes. A gente imagina que, atualmente, a vacina, como tem que fazer duas doses entre três meses, talvez o período de casos de dengue esteja bem no meio desse intervalo entre as doses, o que talvez não traga um sucesso terapêutico desta vacina, neste momento atual da pandemia”, alerta o médico.
CUIDADOS CONTRA A DENGUE
De acordo com o médico Ricardo Freitas, entre os cuidados necessários para evitar a dengue está o uso de repelente na maior parte do tempo que estiver exposto na rua ou com os braços e pernas descobertos, pois reduz a área de exposição ao mosquito. Também é importante cuidar com as crianças, os menores de dois anos, principalmente, verificando a possibilidade de uso de algum tipo de repelente ou uso de algum outro material que possa ser utilizado para tentar eliminar mosquitos ao redor dela. “Claro que todo mundo já tem o entendimento também de que você tem que manter a residência e os arredores limpos. A dengue que você pegar, muito provavelmente, vai ser a da sua própria residência ou se você se expor a algum ambiente por algum tempo, pode ser fora da sua casa. Porém, a grande maioria dos casos de dengue a pessoa acaba pegando dentro da própria residência”, conclui o infectologista.
Dicas para eliminar os criadouros:
- Evite o acúmulo de água da chuva em recipientes como pneus, tampas de garrafas, latas e copos;
- Não acumule materiais descartáveis em terrenos baldios ou quintais;
- Mantenha piscinas tratadas com cloro ou esvazie-as completamente se não estiverem em uso;
- Limpe lagos e tanques ou crie peixes que se alimentem de larvas;
- Lave com escova e sabão os recipientes de água e comida de animais de estimação semanalmente;
- Coloque areia nos pratinhos de plantas e remova a água acumulada nas folhas duas vezes por semana;
- Mantenha lixeiras tampadas, evite o acúmulo de lixo e guarde pneus em locais secos e cobertos. *Dicas – Fonte: DIVE
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