Elisa Marchi: A Arte de Calçar Sonhos, da Timidez à Alta Moda

Elisa Marchi: designer e fundadora da Sapatos E. Marchi, personifica a criatividade que transcende a timidez e se transforma em arte calçada. Ela faz parte das entrevistadas do Mulheres que Inspiram, projeto desenvolvido pela Contax Contabilidade e Planejamento Tributário em parceria com Gustavo Siqueira e conta com o apoio do Meeting Negócios e Economia e da Presse Comunicação.

De uma infância imersa em imaginação à conquista de espaço no cenário da alta moda, sua trajetória é um testemunho de resiliência, autenticidade e paixão pelo trabalho artesanal. Desde cedo, a mente de Elisa fervilhava com histórias e cenários imaginários, uma forma de expressão para sua timidez. Na escola, a dificuldade em se encaixar e a propensão a “viver no mundo da lua” a tornavam uma figura deslocada. “A minha maior dificuldade sempre foi me encaixar, como eu sempre gostei de coisas muito diferentes eu acabava me sentindo deslocada em todas as empresas que já trabalhei. E isso foi um dos motivos que eu acabei decidindo criar o meu próprio negócio”, revela.

Formada em Fashion Design pelo Istituto Marangoni de Milão, com especialização no Senai e na FURB, Elisa encontrou na moda o canal para sua criatividade. A família, com um pai empresário e uma mãe dedicada, foi sua primeira inspiração. “Minha irmã assumiu a empresa dele e também é uma empresária excepcional”, conta com orgulho. A figura de Paul Poiret, pioneiro estilista francês, a inspirou a expandir sua visão para além das roupas, criando uma marca com identidade própria.

Do setor têxtil aos sapatos artesanais: Uma mudança de rota decisiva

Após anos no setor têxtil, Elisa sentiu a necessidade de explorar sua criatividade de forma mais manual e artesanal. A epifania veio ao ler uma reportagem sobre sapatos artesanais. “A partir daquele momento eu mudei toda a minha vida”, relembra. A mudança para São João Batista, polo calçadista de Santa Catarina, mesmo sem conhecer ninguém e sem experiência no setor, foi um salto de fé que a levou a conquistar seu espaço.

“Para a minha sorte ou destino, na mesma semana que me mudei consegui um emprego de designer em uma fábrica de pequeno/médio porte em Nova Trento e foi lá que começou a minha história com sapatos”, conta.

Resiliência e autenticidade fazem parte da marca de Elisa Marchi

A jornada de Elisa, que completa quase dez anos à frente da Sapatos E. Marchi, é marcada pela resiliência e pela busca constante por aprendizado. “Construir uma marca forte de luxo não acontece do dia para a noite, mas o processo é maravilhoso”, afirma. A autenticidade da marca, com sapatos pintados à mão e colaborações com artistas locais, a levou a conquistar espaço em mídias renomadas, como a Revista Elle, VIP, GQ, além de participações no São Paulo Fashion Week e em produções da Netflix e Globo. “Acredito muito que ser diferente pode ser uma ótima vantagem”, destaca.

Família e artesanato no centro da vida

Apesar da rotina intensa de empresária, Elisa prioriza a família, especialmente o filho de oito anos. “Aproveito todos os momentos livres e o fato de ter a possibilidade de administrar o meu próprio horário para curtir e acompanhar o meu filho”, revela. A valorização do trabalho artesanal e a fidelidade a si mesma são os princípios que guiam suas ações.

As colaborações com artistas locais e o contato com jovens empreendedores e estudantes de moda demonstram seu compromisso com a comunidade e o setor. O sonho de expandir a marca para o mercado internacional, exportando seus sapatos artesanais, é um dos seus principais objetivos futuros.

Mulheres divinas: Força e igualdade na sociedade

Elisa vê as mulheres como “criaturas divinas” e defende a importância de demonstrar a força feminina para promover a igualdade de gênero. “Nós somos mulheres!”, afirma. As mulheres que a inspiram são aquelas que a cercam: a mãe, a irmã, a cunhada, a sogra e a avó, todas exemplos de força, dedicação e resiliência.

Para as mulheres que buscam fazer a diferença, Elisa deixa uma mensagem: “Que nós todas possamos ser sempre fiéis a nós mesmas, independentemente de ser adequado à sociedade ou não.”

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