Quando o pouco sono torna-se crônico a pessoa fica predisposta a sofrer de ansiedade, depressão, distúrbios alimentares. Favorece o surgimento de pressão alta, aumento o risco de infarto, AVC, diabetes, obesidade, entre outras doenças.
Pesquisas mostram que o distúrbio do sono mais prevalente na população é a insônia, sendo que cerca de 30 a 40 % dos indivíduos sofrem de insônia em alguma fase da vida. O que mais tem tirado o sono da população são problemas familiares e financeiros, estresse, dificuldade de se desligar dos estímulos eletrônicos, depressão, dor crônica, uso de medicamentos que contêm cafeína ou outros estimulantes e maus hábitos relacionados ao sono.
O segundo distúrbio mais prevalente é o ronco e a apneia obstrutiva do sono, que atinge aproximadamente 33% da população adulta e tende a afetar consideravelmente a qualidade do sono, provocando múltiplos despertares e diminuição da oxigenação durante à noite.
Segundo o médico otorrinolaringologista, Tiago Conrado, membro da Associação Brusquense de medicina – ABM, essa é uma realidade que, infelizmente, está relacionada à sociedade atual, pois o ser humano vem dormindo cada vez menos em função das demandas relacionadas ao trabalho e à vida social. “Vivemos em uma sociedade 24 horas, que não desliga, e isso tem afetado consideravelmente a qualidade e quantidade do nosso sono. Estímulos são gerados o tempo todo através das redes sociais, aplicativos de mensagens e exposição excessiva à luz, seja através dos celulares, televisão e computador. A luz é grande inimiga do sono, pois inibe a melatonina, que é o principal hormônio do sono. A melatonina é responsável por “avisar” ao seu corpo que a noite chegou e que já é hora de dormir, ajudando assim a regular o seu relógio biológico. No entanto, a luminosidade em excesso, mesmo que artificial, inibe a produção da substância pelo corpo, atrapalhando o ciclo do sono”, explica o médico.
Ainda segundo o especialista, essa falta de uma “rotina”, pode causar uma série de problemas graves que afetam a saúde, sendo que a falta de sono tende a provocar inicialmente cansaço, sonolência, dificuldade de concentração e falha na memória. Quando o pouco sono torna-se crônico a pessoa fica predisposta a sofrer de ansiedade, depressão, distúrbios alimentares. A privação do sono ainda prejudica a produção de células de defesa do organismo, provocando uma piora da imunidade. Favorece o surgimento de pressão alta, aumento o risco de infarto, AVC, diabetes, obesidade, entre outras doenças.
Para que se possa ter uma boa noite de sono, devemos seguir algumas regras e práticas que conhecemos como higiene do sono, como ter horários bem definidos para dormir e acordar, que devem ser seguidos mesmo em feriados e aos fins de semana; não consumir bebidas estimulantes (cafeína, chocolate, bebidas alcoólicas, chá preto, chá verde e refrigerantes) pelo menos seis horas antes de dormir; não comer alimentos muito pesados no jantar, além de evitar estimulantes como açúcares ou comidas picantes; praticar exercícios físicos com regularidade, respeitando uma janela de pelo menos quatro horas antes do horário de ir dormir; ficar longe de telas, como celulares, televisão e tablets, na cama pelo menos uma hora antes de dormir; evitar cochilos durante o dia. Se não for possível, impedir que eles se estendam por mais de 45 minutos ou que aconteçam ao final do dia.
Além destas dicas, o otorrinolaringologista Tiago Conrado, também chama a atenção para a importância dos cuidados com o ambiente onde dormimos, como por exemplo manter o quarto escuro; controlar a temperatura do quarto, dando preferência por aquelas mais amenas; usar pijamas confortáveis e adequados para o clima; manter o ambiente silencioso e tranquilo e não usar a cama e o quarto para outras atividades não relacionadas ao dormir, como trabalhar estudar ou assistir televisão.