Celebridades prestigiam estreia da catarinense Ventana no NYFW

Marca brasileira criada por Gabrielle Pilotto apresentou suas peças durante desfile neste sábado, 9, em Nova York 

A Ventana, marca brasileira de upcycling, apresentou a coleção “SUTURE” durante a Semana de Moda de New York no sábado, 9 de setembro, no Canoe Studios. A primeira fila do desfile contou com celebridades como Bianca Andrade, GKay, Ana Hikari e Bianca Venturotti.

A marca das sócias Brenda Peixoto, Gabrielle Pilotto e Pamela Moreira Tomasi desfilou junto à multimarcas Flying Solo, conhecida por abrir espaço para novos designers e marcas ainda não estabelecidas.

“Foi emocionante receber o apoio do Brasil, e sentir o desejo de muita gente em estar no desfile. É muito tempo fazendo esse trabalho, e estar numa passarela em Nova York foi surpreendente”, comemora Gabrielle Pilotto, fundadora e diretora criativa da Ventana. 

A coleção “SUTURE” fala sobre como é possível criar a partir das sobras, e representa uma mistura de tudo que a Ventana já apresentou até o momento. As peças são únicas, e foram feitas a partir de sobras de materiais cedidos por marcas como Dod Alfaiataria, Aluf, Class, Toruss, BCrew, Aguiar, Erente, Katsukazan e Teray ou garimpados em bazares e brechós. 

“Ventana é um convite para enxergar as mil possibilidades que temos na vida. O que um dia foi um tecido da Aluf, encerra nosso desfile em Nova York numa transformação maior do que uma roupa, mas uma expressão artística”, completa Brenda Peixoto, sócia da Ventana. 

Em processo de internacionalização da marca, a sócia Pamela Moreira Tomasi levanta a bandeira do consumo consciente e celebra o posicionamento que a Ventana conquistou. “Agora é continuar no propósito de entregar moda autêntica e mais consciente. Temos como objetivo aumentar a comunidade Ventana e por isso internacionalizar a marca era um passo importante”, finaliza. 

SUTURE

A “SUTURE” é formada por nove peças e começou a ser desenvolvida em junho deste ano. Gabrielle explica que na contramão do processo criativo de uma coleção convencional, criar a partir das sobras pode ser um pouco mais complexo. “O processo de trabalhar com as sobras é cada dia uma surpresa, você pode ter em mente uma peça incrível, mas se não tiver o material adequado nas mãos ela não vai nascer, por aqui isso já deixou de ser uma frustração e faz parte do processo: deixar nascer o que for pra nascer com o que se tem”.

O processo de criação é longo e minucioso, existem peças que foram costuradas a mão, outra que levou mais de 60 horas para ser finalizada, como explica Gabrielle. “Comecei a modelar uma das peças no ateliê, foram oito dias para chegar na modelagem desejada, em seguida veio as férias da escola do meu filho e fomos viajar, levei a blusa comigo para costurar toda a mão, mas obviamente não consegui finalizar. Passei a peça para Michele que trabalha com a gente e ela levou alguns dias para terminar. E entre criança curiosa querendo costurar e vai e vem de peça, foram mais de 20 dias no processo. Sempre que alguém questiona o valor de alguma peça, conseguimos explicar sem nos sentirmos ofendidas: não é só uma peça feita com material descartado, é uma história recontada que passou pela mão de várias pessoas”

Junto a isso, a Ventana convidou as marcas Katsukasan, Aguiar e Erente para criar acessórios em colaboração. A bolsa Cidade Mágica, em parceria com a Katsukazan, utiliza a técnica de patchwork e retalhos da produção da marca nas cores preto e off-white. A bolsa é inspirada em uma brincadeira em que Tom, filho de Gabrielle, faz com seus amigos. “Dentro da cidade mágica das crianças cabe um mundo inteiro de possibilidades, assim como dentro da bolsa, que é bem grande e tem como ideia principal ser uma bolsa para mães e pais carregarem tudo que precisam levar dos seus filhos ao longo do dia”, explica Gabrielle. 

Os calçados utilizados no desfile foram criados em parceria com a  Aguiar, também utilizando a técnica de patchwork com sobras de corte de outros calçados da marca. Com a Erente, focada em jóias, surgiu a bolsa Delírio totalmente feita por colares, correntes e acessórios de metal de segunda mão encontrados em lojas da região e parte do acervo das marcas.

As peças feitas de crochê nasceram a partir da junção de squares feitos a partir das sobras de linha da  artesã Gladys Pilotto, tia de Gabrielle. As embalagens de todas as peças ganharam uma assinatura única que marca o início do voo internacional da Ventana, com arte em stencil desenvolvida pelo artista Matheus Lanzetta que trabalha a técnica há mais de dezoito anos.

A VENTANA

Nosso trabalho é totalmente focado no reaproveitamento de peças de segunda mão, retalhos e materiais que seriam descartados. Nosso objetivo é através do nosso processo criativo desacostumar o olhar ao óbvio e transformar peças e tecidos do nosso cotidiano em arte. A fundadora da marca Gabrielle Pilotto é gaúcha e mãe do Tom. Desde muito nova tem contato com costura e moda. Com avó costureira e mãe que transformava cortinas em vestidos para festa, Gabrielle viu na criação da Ventana a chance de colocar no mundo a moda que acreditava. A marca começou como brechó em 2012, mas foi em 2020 que se transformou na marca brasileira de upcycling que conhecemos hoje.

Acesse o site https://useventana.com e siga no Instagram @ventana____

Compartilhe!

Deixe um comentário

Your email address will not be published.